domingo, 14 de março de 2010

Perólas do Gentil - Parte II


"Outro episódio que me foi contado envolvendo o genial Gentil Cardoso aconteceu com os profissionais do Botafogo, quando eu ainda jogava nos juvenis.

O Botafogo se concentrava na Ilha do Governador e lá, na hora do relaxamento, uns pescavam nas praias, outros liam livros e revistas, outros jogavam cartas e assim por diante.

Do grupo que jogava cartas, lembro-me do Tomé, um vigoroso zagueiro botafoguense (cujo apelido era “Boçal”) , e que coincidentemente era o dono do baralho italiano, comprado em excursão no exterior. E o Gentil, na oportunidade, era o “banqueiro” da mesa. Para animar o jogo, deixava correr uma “grana”. É claro que isto não era permitido pela diretoria...

O jogo corria solto quando o Gentil, sentado em direção à janela que dava para a entrada da concentração, vê chegarem os diretores do clube, que, é claro, proibiam o jogo a dinheiro.

Imediatamente o Gentil recolhe o baralho, se levanta e grita: “Eu já disse que não quero jogo a dinheiro na concentração!” Rasga o baralho do Tomé e joga as cartas na mesa no momento em que os dirigentes entravam na sala onde estava a turma. Espanto geral!!!

Em seguida, Tomé e a turma se espalham, com o “Boçal” dizendo: “Ele vai ter que comprar um baralho novo igualzinho pra mim, isto ele vai!!!”

Já os que gostavam de beber, ficavam nos pesqueiros (pontes de madeira que avançavam mar adentro) com garrafas de bebida amarradas nas linhas das varas de pescar, simulando uma pescaria. De vez em quando, recolhiam as linhas e lá se ia um gole a mais.

E viva o Fogão!!!"

Texto de Ronald Alzuguir

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