quinta-feira, 15 de abril de 2010

Garrincha, Zezé Moreira e as pequenas


Todos nós sabemos que o Mané era bom dentro de campo e fora dele. Era um cara simples, de bom coração e muito querido – especialmente pelas mulheres, que viviam na sua cola.

Numa ocasião, o Botafogo jogaria em Minas Gerais (onde, aliás, tinha uma torcida enorme), e lá não foi diferente: Mané começou a ser provocado pelas garotas. Acabou marcando um encontro com uma delas, numa determinada casa de fama um tanto suspeita, e justamente na véspera de um jogo. Na verdade, namoro em véspera de partida nunca atrapalhou o jogador Mané, porque na hora H ele ia lá e “estraçalhava” o adversário. Mas era terminantemente proibido.

Acontece que alguém do hotel em que o Botafogo estava hospedado abriu o bico com seu Zezé a respeito das intenções noturnas do Garrincha. Como Mané era muito querido por todos, logo apareceu um “contra-espião” para avisá-lo de que a combinação com a morena tinha vazado. E que seu Zezé pretendia flagrá-lo pessoalmente no “local do crime”, com a boca na botija. Esperto e brincalhão, Mané se fez de bobo e escapuliu da concentração rumo ao local do encontro, como se nada soubesse. Lá chegando, ao invés de entrar, se escondeu atrás de um automóvel em frente e aguardou a chegada do seu Zezé.

Pouco tempo depois, lá veio o técnico, de terno e gravata, para empatar a transa em perspectiva. Ao chegar à porta da casa, seu Zezé ia tocar a campainha para dar o flagra em Garrincha, quando levou um susto. Era o próprio que aparecia de repente, de trás do automóvel, surpreendendo-o.

“Aí seu Zezé!” – disse Garrincha, admirado – “O senhor também gosta, ein!”

E voltaram os dois para o hotel, com seu Zezé perplexo (para não dizer outra coisa).

Foto de Zezé Moreira colhida da internet.
Texto de Ronald Alzuguir

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